terça-feira, 30 de setembro de 2014

ATIVIDADE - REDE URBANA E HIERARQUIA URBANA

Olá alunos do 3 ano do Manoel Novaes!

Leiam o texto sobre Rede urbana e hierarquia urbana, da Profa Maria Alice,  e façam a atividade em seguida:

Alguns conceitos importantes para o estudo das cidades:
Rede urbana, hierarquia urbana, região polarizada são também conceitos importantes na análise das cidades.
A rede urbana é definida pela interação entre as funções exercidas pelas diferentes cidades, as relações e as trocas efetuadas entre os vários espaços urbanos. Quanto maiores forem o número e a importância das funções de uma cidade no interior de um conjunto, maior será a grandeza desta cidade. Assim, estabelecem-se as cidades de primeira, segunda e terceira grandeza, ou ainda as pequenas, médias e grandes cidades que constituem uma hierarquia urbana.
O conceito de rede urbana está associado ao de região polarizada, definido como um arcabouço formado pelas relações socioeconômicas onde se estruturam as hierarquias urbanas, tendo sempre uma cidade como centro de comando (SCARLATTO, 1995).
Milton Santos observa que o atual contexto histórico de mundialização da economia, caracterizado pelo grande desenvolvimento tecnológico, com avanço dos transportes e comunicações, acarreta uma nova organização territorial. Desta forma, o velho esquema de hierarquia urbana deve ser reavaliado. Em Metamorfoses do Espaço Habitado, o autor compara o esquema clássico de rede urbana com um novo modelo proposto:
ESQUEMA CLÁSSICO DE REDE URBANA
Esquema proposto por Milton Santos:
As metrópoles são os centros de primeira grandeza no interior da rede urbana, e exercem o papel controlador de fluxos de capitais, mercadorias e pessoas (SCARLATTO, 1995). Constituem-se num produto da economia de mercado, afetadas direta ou indiretamente pela industrialização.
Nas metrópoles, onde as condições de acumulação de capital e da reprodução da força de trabalho podem ser mais plenamente realizadas, os processos sociais produzem forma, movimento e conteúdo sobre o espaço urbano. Entre os processos sociais e a organização espacial aparece um elemento mediador – os processos espaciais, responsáveis pela organização espacial complexa das metrópoles modernas. São os processos de centralização, descentralização, coesão, segregação, invasão-sucessão e de inércia (CORRÊA, 1996).
As regiões metropolitanas são conjuntos de cidades definidas por lei e devem ser objeto de planejamento conjunto pelo poder público. As primeiras regiões metropolitanas foram estabelecidas pela Lei Complementar 14, de1973, em número de nove. A partir de 1988, a Constituição determinou que a criação de regiões metropolitanas é de responsabilidade da legislação estadual. Até 2004 foram criadas 28 regiões metropolitanas (R.M.) e 03 regiões de desenvolvimento integrado – RIDE (IBGE/EMPLASA, 2007).
Para que as regiões metropolitanas sejam assim consideradas, faz-se necessário que se constituam em áreas urbanas conurbadas, a população do principal município seja de, pelo menos, 800 mil habitantes ou, em casos de população inferior, que sua densidade demográfica seja igaul ou maior que 60 hab./km2 e mais de 65% de sua população economicamente ativa (PEA) desenvolva atividades urbanas e (PANGEA, 2007). A metrópole é a cidade-sede da R.M.
Conurbação é o processo de integração espacial das áreas urbanas de cidades contíguas, acarretado pela expansão populacional e espacial decorrente do processo de urbanização. As cidades conurbadas apresentam uma única mancha urbana.
Megalópole refere-se à conurbação de duas ou mais metrópoles. Este neologismo foi criado pelo francês Gottmann, em 1961, para descrever a região urbana norte-americana. São consideradas megalópoles as aglomerações urbanas da costa leste (Boston, Nova York, Nova Jersey, Washington) e da costa oeste (Los Angeles, San Diego) dos EUA, e as grandes cidades do Japão. A primeira megalópole brasileira se formaria com a ligação das R.M. de São Paulo, Campinas e Baixada Santista, além das cidades localizadas nos eixos rodoviários do Vale do Paraíba (Via Dutra) e da Rodovia Castello Branco.
Atualmente, verifica-se uma atenuação das macrocefalias, uma vez que, além dascidades milionárias (com população superior a 1 milhão de habitantes), tem se desenvolvido cidades médias ou intermediárias, ao lado de cidades locais. Todas adotam um modelo geográfico de crescimento espraiado, que é causa e efeito da especulação. Assim, pode-se falar de uma metropolização (criação e tendência à onipresença das metrópoles) contemporânea da desmetropolização (certa involução metropolitana, sendo o crescimento econômico das grandes cidades inferior ao de regiões agrícolas dinâmicas e respectivas cidades regionais. O novo perfil industrial tem direta relação com esse novo processo) (SANTOS, 2005).
As cidades médias são consideradas nós de ligação entre os centros locais e as metrópoles. Os critérios para definir as cidades médias são o tamanho populacional e econômico, o grau de urbanização, a centralidade e a qualidade de vida.
Quanto ao tamanho populacional, os estudos da década de 1970 adotaram como limites o intervalo entre 50 mil e 250 mil habitantes. Milton Santos definiu posteriormente o patamar mínimo de 100 mil habitantes. Outros estudos adotaram outras classes: de 50 a 500 mil e de 100 a 500 mil habitantes. Castello Branco, em pesquisa do IBGE, considerou como patamar mínimo 100 mil e o máximo 350 mil habitantes.
tamanho econômico é responsável pela infra-estrutura e ao poder de atração das cidades médias. O grau de urbanização refere-se às atividades necessárias para desempenhar as funções urbanas de articulação. A centralidade refere-se à atuação como centro de oferta de bens e serviços na sua área de influência e como nó de diferentes tipos de rede. Por este motivo, excluem-se da classificação de cidades médias aquelas situadas no interior das regiões metropolitanas.
As cidades médias são também chamadas de intermédias ou intermediárias, uma vez que têm o papel de articuladoras e criadoras das redes. Vêm apresentando importância crescente na evolução da urbanização mundial e também no Brasil. Como exemplo de cidades médias brasileiras pode-se citar Santarém e Marabá (PA), Barreiras e Vitória da Conquista (BA), Montes Claros (MG), Presidente Prudente, Franca e Araraquara (SP), Cascavel e Foz do Iguaçu (PR), Caxias do Sul e Pelotas (RS), entre outras (CASTELLO BRANCO, 2006).
Enquanto as cidades médias passam por um incremento populacional, já as pequenas cidades que não têm condições concretas de suprir-se de bens e serviços ou os vendem muito caro, acabam por perder grande parte de seus habitantes: “a migração, em última instância (…), é conseqüência da imobilidade” (SANTOS, 1994).
Entretanto, o último censo demográfico (2000) apontou para o crescimento de alguns pequenos municípios. Entre os municípios de pequeno porte e com características rurais, 1.109 municípios apresentaram crescimento populacional de 31,3% no período entre 1991 e 2000,  o que representa o dobro do crescimento populacional do país como um todo. Para José Eli da Veiga, a explicação para este crescimento populacional pode ser em parte encontrada no dinamismo econômico de algumas áreas, ou pelo dinamismo político municipal em outras, mas ele considera que “não há ainda uma explicação satisfatória sobre esse fenômeno, espalhado por todo o território nacional” (VEIGA, 2003).
A Cidade – Aula de Geografia Urbana – Prof. Maria Alice
http://geografiamb2.wordpress.com/2010/03/25/a-cidade-aula-de-geografia-urbana-prof-maria-alice/



Atividade n. 05 

1-  A partir dos esquemas de rede urbana propostos pelo Prof Milton Santos, construa esses dois modelos pensando nas cidades do Estado da Bahia.

2- Você classificaria o município onde mora como:

a) Cidade local
b) Centro regional
c) Metrópole regional
d) Metrópole nacional
e) Cidade global